quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Toda ação tem reação!




Abro um parêntesis para partilhar com vocês uma reflexão que a dias estou fazendo: Estamos vivendo realmente uma democracia?
Esta reflexão maior brotou de dois outros questionamentos:
  1. Por que preferimos não opinar?
  2. Por que não expomos nossas idéias publicamente?

Através delas cheguei a duas palavras chaves: Relativismo e omissão.
Relativismo porque "tanto fez, tanto faz" eu(nós) opinar ou não.
Omissão porque estamos acostumados a deixar os outros decidir por nós.

O que vejo é que poucas pessoas pensam realmente no "nós", no "comum a todos", em fazer um "bem pensando na sociedade em geral". Enquanto tantos de nós nos omitimos, há os "expertos" (funsão de experts com espertos) que aproveitam das idéias empreendedoras de "ajudar as pessoas", para tirar benefício próprio.
Através de uma retórica discursiva invejável a qualquer sofista dos tempos de Sócrates, estes "expertos" fascinam os "relativos" e os "omissos". Estes, caso sejam interpelados diretamente, argumentam que "não tem nada que podemos fazer", "o Brasil está uma roubalheira", "os políticos não tem vergonha na cara", etc, etc, etc.
"Tchê"!! Vamos "abrir o olho"! Vamos pensar juntos! Vamos colocar em comum nossas idéias! E vamos usar o poder que temos, que é a Democracia!
Tanto se lutou para que todas as pessoas tivéssem direito ao voto; para que existisse uma lei que diga que todos somos iguais perante a lei; para que tivéssemos liberdade de expressão; enfim tantos outros direitos.
Está na hora de agir, pois o principal nós adquirimos, que são as leis; agora temos que fazer com que as leis se cumpram, e todos nós sabemos que "a voz do povo" faz as leis se cumprirem e que mudem, caso estejam sendo injustas.
Está na hora de chutar para longe a alienação, que traz consigo um discurso dizendo: "a vida é curta";"devemos aproveitar o momento"; e gerando uma busca pelo prazer momentâneo; um individualismo que não traz prazer nenhum.
O individualismo faz com que tenhamos estresse, desconfiança, omissão, relativismo, realismo que acaba com os sonhos...Você quer continuar "assinando embaixo" as 'salafrarices'?
A prática democratica está soterrada pelos escombros da falta de autonomia do pensar e do agir. Há quem pensa por você, a quem decide por você; para que você vai se encomodar se a vida é "tão curta"!?? "Prazer , libertinagem, ficar (usar)! Cada um tem sua vida, faz o quer (na maioria das vezes até mesmo sem pensar, porque senão nem iria estar fazendo), ninguém paga as contas dos outros!
Para alguns leitores, posso estar apenas tornando público o que foi pensado muitas vezes no seu íntimo, mas não teve coragem de partilhar; para outros esta reflexão pode ser um "despertar".
Somos sujeitos que vivemos com os outros sujeitos. Todos somos sujeitos de uma sociedade comum.
O existencialismo, num tempo de servidão, trouxe a tônica da valorização do sujeito individual, que tem direito a liberdade, mas com certeza não esperava que isto tornaria-se um individualismo alienante.
Como se diz a lei natural: "Toda ação tem reação!"

Um comentário:

Di disse...

Este processo de “CEGUEIRA, SURDEZ E MUDEZ”, é algo recente... Mesmo com a repressão em massa que ocorria no período da ditadura (e golpe), de 1964 a 1985, não era motivo para que as pessoas se calassem... Lutavam arriscados a perder a própria vida, e isto, era um motivo a mais para lutar pela liberdade. “Liberdade” que chegou com uma democracia falha e corrupta... O próprio movimento cara pintada foi maculado por ser marionete de interesses políticos maiores.
Ainda assim vivemos movimentos isolados que buscam a fonte da verdade... como ajudar um país que não quer ser ajudado... falar é algo fácil... porém, basta oferecer um pacote de arroz que o povo se esquece de escândalos, de paraísos fiscais, de assassinato e de corrupção. E como julgar quem aceita “favores” em troca de voto? Quanto tempo esta pessoa estava sem comer?
A luta, não é em prol da liberdade de expressão, da “anti-corrupção” e muito menos dos políticos... a luta é em favor de educação de qualidade (o que pode parecer lugar comum) que propicie pessoas com mentalidade social, memória política e consciência política.

Bom artigo...
Sugestão: Usar “por meio de” ao contrário de através em “A solução rápida e eficaz contra o banditismo se dará atravé de qual das seguintes ações?”.
Atenciosamente
Dsmiranda