quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Conhecimento "Made in Brazil"



Acordei empolgado para ler uma reportagem de Perrenoud, sobre competências a serem desenvolvidas pelos professores. Ao terminar a leitura, tive a certeza de que Perrenoud, Vigotsky, Piaget, etc, possuem uma visão fora da prática real educativa brasileira. Parece-me que os pensadores brasileiros em vez de usarem dos estudos destes pensadores internacionais, para confrontar a nossa educação com a educação destes outros países, apenas pegam as idéias como regras, e querem aplicar aqui, esquecendo que temos grandes nomes no nosso país. A Educação se faz através do estudo da realidade nacional. Temos que saber o que pensadores do mundo inteiro falam sobre a educação, para podermos confrontar nossos conhecimentos. Por exemplo, Perrenoud trabalha na faculdade de Genebra, na Suíça ! (Ele é um grande pensador; cito-o apenas como exemplo.) Me diga, que visão um suíço, que mora em um dos países mais desenvolvidos do mundo, possui da educação brasileira e da realidade do nosso país!? Penso que temos que valorizar mais os estudos e as práticas da "indústria nacional de conhecimento". Valorizar mais nossos pensadores. Somente usando do conhecimento importado, estou certo de que continuaremos dependentes; apenas reprodutores e praticantes do pensamento exterior. Até quando valorizaremos mais o pensamento internacional? Nós pensadores brasileiros devíamos deixar de lado o seguinte pensamento: "tudo que é pensado e produzido aqui é de menor qualidade!". (devemos acabar com o vício de menosprezar nossa inteligência) Desta maneira nós mesmos nos auto rotulamos como incompetentes! Creio eu, que o advento do pensamento brasileiro necessita do confronto do conhecimento que vem de fora com o que nós produzimos. O confronto dos conhecimentos gera novos conhecimentos. Isto é re-pensar. É aprender e re-aprender. Temos conhecimentos e experiência de qualidade, e que estão dando certo, com resultados positivos. O que fez o Japão depois da Segunda Guerra Mundial se não usar do investimento tecnológico para desenvolver uma indústria com valores japoneses? O povo brasileiro ainda não entendeu que o desenvolvimento deve partir de dentro para fora? O conhecimento e a tecnologia internacional deve fomentar o pensamento, e despertar o nosso conhecimento. O conhecimento global parece-me ser o trampolim para o desenvolvimento “Made in Brazil”.

Um comentário:

Unknown disse...

Teu artigo me fez lembrar alguns dos momentos que parei para refletir citando a seguinte frase, que nao sei se li em algum lugar ou é de minha autoria: SOMOS ACOSTUMADOS A FICAR EM SEGUNDO LUGAR. Quando falo "somos" me refiro ao povo Brasileiro, povo este tão bravo, forte e hospitaleiro, este mesmo povo que luta por melhores condições sociais, por uma educação de qualidade, por segurança e saúde, mas que no final das contas "se acomoda". Assim acontece com nossas idéias. Quantas vezes lemos um livro ou um artigo ou até mesmo uma reportagem e falamos: É DESTA FORMA MESMO QUE PENSO! Aí eu pergunto: SE PENSO PORQUE NÃO EXPONHO MINHAS IDÉIAS? Eu mesmo posso responder: PORQUE É MAIS FÁCIL, E MENOS COMPROMETEDOR, "ABAIXARMOS A CABEÇA" E APENAS REPETIR AQUILO QUE ALGUM DIA ALGUÉM FALOU, e MELHOR AINDA SE ESTE ALGUÉM FALOU EM OUTRO PAÍS.

Com certeza a leitura se faz necessária assim como a pesquisa mas não para tê-la como regra e verdade absoluta mas para podermos guiar nossa linha de pensamento.

Nosso país é rico em cultura e temos grandes pensadores, escritores, sociólogos, filósofos, enfim pessoas capacitadas e qualificadas que na realidade só precisam de espaço e reconhecimento aqui, e fora do nosso país.

Quem sabe precisamos primeiro reconhecer para sermos reconhecidos, valorizar para sermos valorizado, apostar antes na nossa gente para então podermos concorrer e nos acostumar com o primeiro lugar!