terça-feira, 25 de setembro de 2007

Tropa de Elite


Você já assitiu o filme "Tropa de Elite"? Se ainda não assistiu, irá assistir...

Hoje acordei encomodado. Como muitos dias: Indignado com este sistema social.
E ao ler uma reportagem da Folha de São Paulo (http://txt.estado.com.br/editorias/2007/09/23/cid-1.93.3.20070923.38.1.xml), saí a "caça", no google, do email do Prof. Misse! E depois escrevi o seguinte email para ele, a respeito do que li na reportagem do link que citei acima:

Bom dia Misse!
Creio que é do seu conhecimento a matéria publicada no "Estado de São Paulo" sobre o filme "Tropa de Elite":

Trecho:
( Para o sociólogo Michel Misse, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio (UFRJ), é muito perigosa a hierarquia de valores que considera a violência um mal menor diante da corrupção. Após as cenas em que os policiais metem o pé na porta de casas em favelas, envolvem a cabeça de moradores com sacos plásticos para interrogá-los e executam criminosos dominados, “só chega ao final da fita admirando o Bope quem vê como natural esse método”. “Para mim, o filme é uma crítica ao Bope. A interpretação oposta mostra como quem gostou da tropa está inteiramente imerso nesse cotidiano da violência. Acha natural a tortura e considera que tem de ser feito dessa maneira.” )

Eu como filósofo pensador possuo uma opinião inteiramente diferente da expressa pelo senhor. Pois creio que a no momento a única solução encontrada, e que é eficaz para combater o crime organizado, está sendo o modo ofensivo empregado pelo Bope. É óbvio que este tipo de combate acarreta pontos positivos (ex. repreenssão do crime organizado) e seus pontos negativos (ex. morte de inocentes) mas se isto não está correto, sugira o senhor uma saída para o momento!?
Me diga: O senhor teria coragem de entrar nestas favelas? De expor sua opinião? O senhor já sentou na frente de um drogado da favela, de um membro da quadrilha, de um traficante, e tentou conversar com ele? Tentou conscientizá-lo? Mas estou me referindo ao ato de ir até uma favela e sentar na frente de uma destas pessoas no dia-a-dia, não depois que ela está presa, ou foi torturada!

Na minha opinião, somente o policiamento ofesivo, com apoio das forças armadas é que irá combater o crime organizado.
E claro, o que está faltando neste país é o cumprimento da lei; não importando se ela for aplicada a policiais, traficantes, assaltantes, políticos, professores, estudantes, penso que a lei é feita para ser cumprida, mas ela não é cumprida porque o "jeitinho brasileiro", a corrupção, as "novas chances para a pessoa acertar", a ilusão de que apenas a falta de educação é o problema,etc, está inserido na cultura da mesma forma que a violência faz parte do cotidiano.
Analisando a história da humanidade, quais as saídas encontradas e que efetivamente deram certo para combater a violência?
Tenho impressão que o senhor está tendo uma visão apenas de um ângulo, pois, embora eu também concorde com a sua opinião, em parte, enquanto eu consigo ver o fato por diversos ângulos, por isso concordo com a opinião do
sociólogo Gláucio Soares, que coloca a situação da seguinte maneira:

(Para o sociólogo Gláucio Soares, do Instituto Universitário de Pesquisas (Iuperj), dentro dos parâmetros do Rio o filme valoriza o Bope. Ele observa que significativa parcela da sociedade repudia a corrupção nas tropas regulares da Polícia Militar, mas não a violência com que age o Bope. “A imagem da PM no Rio é tão ruim que uma parte dela que não seja facilmente corrompida, ainda que extremamente violenta, é vista como bonança. Isso acontece porque o ponto de comparação é baixíssimo. Se estivéssemos num país de corrupção baixa, não ser corrupto não seria vantagem. Entraríamos na questão da violência e aí o Bope perde”, analisa. “Nosso padrão de exigência da polícia está muito baixo. Quem gostaria de ver um Bope que, além de incorruptível, obedece às leis talvez não goste do filme.”)

Agora me diga! Será que ao ler a reportagem, quantas pessoas emitiram o seguite pré-juízo a cerca da sua pessoa? Segue:
"Parece-me que o senhor é mais um dos "classe média", alienado da realidade que apenas vê o fato da sua confortâvel residência bem segura; e que caso tivesse um filho drogado que fosse morto numa favela, iria sair protestando na rua!"

Grato pela atenção,

Alexandre



Neste momento fico aberto para sua opinião, crítica e ou troca de idéias, da mesma forma que o Prof. Misse deve ter ficado ao tornar público a sua opinião após a reportagem, pena que ele não teve a coragem de publicar seu email juntamente com a matéria!

3 comentários:

Jenifer disse...

Se tu viu o filme, nota direitinho pq algumas pessoas ficam "revoltadas". A 'tortura' do BOPE foi feita exatamente para a classe média ficar irritadinha, mas foi um pretexto: o real irritamento foi a mensagem total do filme: "ISSO SÓ ACONTECE PQ TU OU TEU FILHO MACONHEIRINHO F-I-N-A-N-C-I-A O TRÁFICO NO RJ." Óbvio que tocou na ferida: essa tortura soh acontece pq eles querem armas, só querem armas por causa das drogas, só vendem drogas porque tu compra. Logo: soh acontece essa tortura pq tu compra drogas. FIM. :D

BELOTTO, Dirceu Fernando disse...

Li os textos e penso ser importante ressaltar que idependentemente de qual a posição ocupada por uma pessoa na "camada social" não pode servir de pretexto para desqualificar a argumentação apresentada por ela. Penso ser, no mínimo, uma inferência um tanto quando desonesta e pouco apropriada para quem se propõe a pensar o mundo e tantar, por essa via, mudar um mundo na sua concretude. A violência não se justifica nem pelo lado do crime, que dirá pelo lado da justiça. A não-violência sempre deu resultados positivos, quando esta por sua vez não foi ingênua (Ex. Gandhi, na Índia). A violência não pode ser aceita na sociedade atual como método para aplicar a justiça. Contudo, quando ela se faz necessária, isto é, quando aparece como legítima defesa ou último recurso para proteger os inocentes. Somente a ostensividade das forças policiais em nada servirão para conter a violência ou diminuir o consumo de drogas. Ações complementares são necessárias, seja com a maior presença no Estado nas periferias (Escolas, postos policiais, hospitais, etc) proporcionando maior qualidade de vida, além do incentivo à indústria e a geração de empregos. Seja, pela modificação das leis tornando mais agéis os processos, bem como a reformulação do atual sistema prisional que possui um índice de reincidência em quase 100%. A mera ostesividade em nada servirá a não ser para segurar um pouco mais o "vapor social" que é gerado nesta "panela de pressão" que são as favelas (às quais a classe média alta fecha seus olhos). Em última análise a que ser reforçar a instituição familiar (foco principal para uma boa ou má formação do caráter) tão desmerecida e desacreditada nos dias atuais por meios de comunicação que transmitem muitas informações contra a moralidade e os bons costumes, valorizando a nossa decadência social em oposição aos valores que poderia torná-la melhor!

Anônimo disse...

ja tive aula com o Misse e lhe informo que não dá pra vc tentar deduzir ou adivinhar a visao dele por um resumo de um paragrafo de uma noticia de um site..
entao se for rebater o que ele diz, leia um dos textos dele, e entao rebata, tem alguns na internet.